Prezados, bom dia !!
Li agora pela manhã matéria no Correio Brasiliense em que se menciona os cortes de verba do governo. Para Ciência e Tecnologia é um corte de 163 milhões de reais. No que isso vai bater ? Diretamente em nosso projetos minguados. Minguados não pela insistência das proposições, da participação nos editais, mas sim pelo descaso do governo. Os colegas e orientandos que me acompanham no cotidiano são testemunhas de meu entusiasmo em participar, propor e "publicar". Vejam a contradição: nos exigem publicações, mas nos cortam as verbas para produzi-las.
Outra contradição já mais batida, que as vezes me irriquieta e já comum a todos: Sou contratado como professor (Professor Associado II no meu caso) e sou cobrado em minha avaliação quase que unicamente como pesquisador. Se tiver orientações, desenvolver disciplinas, nada vale. Sem o "paper" somos um lixo.
Chamo atenção aos alunos de pós, para que vejam o esforço imenso dos programas para que eles possam desenvolver seus mestrados e doutorados. Ao chegar em um laboratório, veja que aquele equipamento por mais singelo que seja (uma simples balança, por exemplo), não estaria ali se não tivesse a mão de um professor (não de um pesquisador) que montasse um projeto e o submetesse em um edital (edital universal, por exemplo) para adquirí-lo. Quantas vezes os desenvolvimentos experimentais são bancados na íntegra pelos laboratórios que só funcionam pela dedicação dos professores e técnicos das instituições. Vejo outro lado também, que é o da parceria informal que nos auxilia imensamente. Os queridos colegas professores com quem me relaciono sabem que sou intenso em pedir auxílio em suas instituições, e que nunca recebi um não como resposta. Também busco auxiliar a todas as demandas que nos chegam. Essa informalidade agradável, creio eu que surgiu nos tempos do NORIE na UFRGS, e também no convívio da POLI-USP, para mim sempre foi referência e ponto de ancoragem.
Feito esse desabafo, desejo a todos um bom dia.
Professor Elton Bauer (mat and mat)
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